Agenda

31/08/2024 – às 17h

Lançamentos dos Livros Rasgos na Alma: ode ao Vale do Rio Doce & Herdeiros das Origens: um estudo das relações entre Arte Erudita e Arte Popular

Edileila Portes

Duração: 60min

Local: Jardim Interno do Centro Cultural Usiminas

Público: Livre

Capacidade: 30 participantes

Sinopses:

Rasgos na Alma: ode ao Vale do Rio Doce

O título “Rasgos na Alma: ode ao Vale do Rio Doce” faz referência aos sentimentos pelos quais nós, os atingidos/moradores do Vale do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil passamos com o desmoronamento da barragem da Samarco, em novembro de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, Mariana, MG, numa denúncia poética, expressão permitida pela Arte. Objetiva, também, fazer uma homenagem ao Vale, focando os sentimentos que os moradores de Governador Valadares – cidade onde moro atualmente – possuem, representados metaforicamente nos símbolos presentes na obra e que tem um grande sentido para os moradores: o Rio Doce, a Figueira e a Ibituruna. Trata-se de um poema ilustrado, editado pela Editora Atafona, de Belo Horizonte, com a coedição do Ateliê Edileila Portes, do qual sou gestora e tem o apoio da Comissão Mineira de Folclore, onde sou membro efetivo pesquisadora. 

Herdeiros das Origens: um estudo das relações entre Arte Erudita e Arte Popular

Em Herdeiros das Origens, Edileila propõe um diálogo, ou melhor, muitos diálogos, entre a arte erudita, aquela que é preparada pela Academia, e a arte popular, aquela em que o artista obedece aos códigos arcaicos determinados pelo inconsciente coletivo. Para se enveredar por esses meandros desafiadores, a autora privilegia duas encruzilhadas impostas pela sua trajetória: a convivência e domínio do discurso erudito das Belas Artes, a que se alia a prática inerente à retórica que institucionalizou algumas formas e expressões artísticas como belamente elaboradas e, no outro caminho, a oportunidade de ministrar curso de artes para moradores “ágrafos” do Vale do Mucuri. Encruzilhadas! O iluminado caminho das Belas Artes mostra-se recheado de discursos letrados que determinam a interpretação das expressões e dos momentos criativos. Nas obscuras trilhas empedradas de seixos pontiagudos, os sujeitos criam as expressões sem nome e sem discurso que os defendam como beleza. Nem imaginam que desenhar e pintar são arte. Nem mesmo pintam, nem ousam. Caiam! Não se percebem criadores; apenas reprodutores. Retirem, agora, o discurso letrado; suprima-se a retórica. A encruzilhada desaparece. Eis o encontro. A erudita Edileila há de se deparar com os rudes moradores de comunidades rurais patrocinada por uma instituição que lhe ordena ministrar curso de arte para os ignorantes migrantes do Mucuri. É chegado o momento de a instruída e letrada professora aprender com o “povo” e seu saber sem mediação. Está aí o sentido dos Herdeiros das Origens.